Niue: Wi-fi e liberdade para todos

19°03’22″S 169°55’16″W //

Lê-se «níu-é» e significa algo como «eis o coco». O que não explica grande coisa, mas sempre é um acréscimo ao nada que deste lado do mundo se sabe sobre a ilha-nação de 1700 habitantes onde o wi-fi é gratuito para toda a população.

A par do coco, entre as principais riquezas de Niue contam-se a baunilha e o inhame, com a venda de selos e a ajuda externa neozelandesa a compor o ramalhete da economia local. Aliás, a Nova Zelândia é também responsável pela política externa e pela defesa nacional, ao abrigo de um pacto de livre associação em vigor desde 1974. Em «troca», os «kiwis» têm à disposição 260 quilómetros quadrados de paraíso que praticamente só eles sabem onde fica. Pode não haver praias de areia fina, mas há trilhos para caminhadas pela selva e um mar cristalino com visibilidade excepcional para o mergulho.

Tirando a ocasional aparição de baleias junto à costa, pouco se passa na aldeia-capital Alofi. Mas há tudo o que faz falta: restaurantes, um belíssimo resort a curta distância, supermercado, bares. E uma prisão que raramente tem uso – na qual, para folga do carcereiro, os presos vão passar o fim de semana a casa. Toda a gente merece um pedaço do paraíso.


Artigo originalmente publicado na edição de junho de 2016 da revista Volta ao Mundo
[imagem retirada de Google Maps]